sexta-feira, 20 de junho de 2008

Eles são como nós


A notícia original não é nova, mas novos acontecimentos jogaram uma luz distinta sobre o fato e me fizeram pensar que os bichinhos não são assim tão diferentes dos seres humanos. 

Vejam só, Petra, um cisne fêmea do zoologico de Münster, em 2006 se apaixonou POR UM PEDALINHO. Ninguém sabia explicar direito o que ela tinha visto naquele cara, tão anti-social, meio workahoolic, totalmente diferente dela. Pessoalmente acho que foi o porte físico avantajado e o jeito quietão de outsider, mas isso é só um chute. A história foi intrigante e gerou curiosidade principalmente quando a ave cega de amor se recusava a sair do lado de seu eleito mesmo quando ele era levado para a manutenção. Na verdade eu não entendo o que as pessoas acharam de tão curioso na atitude da pobrezinha, se o meu amado estivesse sendo levado para o hospital eu também não ia querer desgrudar dele.

Acontece que depois de um tempo ela começou a se incomodar com a frieza e a falta de resposta do parceiro escolhido, como boa parte das mocinhas ele começou a reclamar da relação. "Ele não me escuta", "quando quero discutir a relação ele finge de morto", "sempre que quero dar um passeio pelos ares ele está cansado de mais" ou "ele dá mais importância para os passageiros do que pra mim"... As reclamações de sempre começaram a fervilhar na cabecinha penosa de Petra. Até que ela não suportou mais e trocou seu amado pedalinho por um charmoso e compreensivo cisne de verdade.

Agora você vai pensar que Petra finalmente encontrou seu final feliz afinal, cisnes são fiéis e companheiros para toda a vida e a heroína do zoo alemão finalmente encontrou sua metade da laranja. Mas ao que parece, até no mundo animal os relacionamentos são uma caixinha de surpresas, e aquelas mocinhas que nasceram marcadas pelas dores do coração não se livram delas com tanta facilidade. Eis que, no último dia 22, o garboso cara-metade da nossa querida Petra foi até a esquina comprar cigarro e não voltou mais, e ela se viu de novo solitária no seu zoológico frio e distante.

Qual não foi a surpresa do pessoal do zoo quando Petra, menos de uma semana depois de ter levado um perdido, resolveu ignorar o sábio conselho da vovó que dizia sempre que era melhor viver só do que mal acompanhada e bateu as asas de volta para o lago do pedalinho ao encontro de seu amor de adolescência.

Eu no lugar dela teria dado um tempo, aproveitado a solterice e voado para novos lagos e novas paisagens e, quem sabe, um dia conhecer um novo companheiro pronto para dividir novas aventuras, tipo um cisne de carrossel francês. Mas acho que muita água ainda vai rolar na vida da Petra e talvez ela perceba o que o seu ex já percebeu, que o mundo é grande demais para ficar presa a alguém que não te faz feliz. Principalmente quando se pode voar.

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