quarta-feira, 23 de julho de 2008

Vi aqui e quase não vi lá


Essa me pegou totalmente de surpresa e me deu uma saudade daquelas das minhas férias. Semana passada fui ao show do Quadriphonix no Club Transatlântico. O show foi lindo como sempre mas a surpresa mesmo ficou por conta do clube que eu não conhecia. E nem tanto pelo espaço em si que não tem nada de mais, mas por uma coisinha que estava lá na entrada, perto do valet service como quem não quer nada.

O objeto em questão é o que está retratado (sorry pela foto meio ruim, meu cel não fotografa bem de noite) na foto do post. Pra quem não reconhceu, esse é um pedaço do muro de Berlim. Sim aquele muro que, a pesar de grafitado colorido bacana, era mega do mal e dividia a cidade de Berlim em amiguinhos capitalistas e inimiguinhos socialistas. O muro sinistro foi devidamente detonado em novembro de 1989 e depois disso sobraram poucos pedaços do dito cujo em pé, que ainda estão lá pra ninguém esquecer o que a intolerância é capaz de fazer.

Eu e o Turista estivemos em Berlim no começo do ano passado e uma coisa que achamos bem gozada é que em todas (ABSOLUTAMENTE TODAS) as lojas de lembranças turísticas da cidade se podia comprar pedaços do muro. Ficamos imaginando se era possível que todos aqueles pedaços fossem originais, a final faz quase 20 anos que o muro caiu e é relativamente fácil fabricar um teco meio quebrado de concreto com uma das faces grafitada.

Mas se tinha teco de muro em todo lugar em Berlim, por que eu fiquei tão surpresa com o pedaço que está aqui em Sampa? Porque, com exceção das partes que foram deixadas em pé para os turistas visitarem, são raros pedaços de muro assim tão grandes, o muro foi totalmente esmigalhado e os maiores pedaços que estão nas lojas raramente passam do tamanho de um palmo.

Portanto se você nunca foi à Berlim e tem alguma curiosidade histórica, dá um pulo lá no Club Transatlântico, joga um chaveco no manobrista pra ele deixar seu carro parado na entrada só um pouquinho e dá uma boa olhada nessa peça de entulho histórico que está escondida lá. Garanto que a emoção compensa o trabalho.


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